sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Os Portugueses Afrancesados....

Seguidores de Baco,

Quando falo em Portugueses Afrancesados falo de vinhos da terrinha que já possuem uma casta francesa em seu corte. São vinhos que perdem um pouco daquele "carranquismo", aquele tapão na boca tradicional, mas ganham em elegância e tornam-se mais fáceis de beber. São os portugueses ganhando o mundo, o que sinceramente estão fazendo muito bem. Na minha opinião são os donos dos vinhos com boa qualidade e bom preço.
O vinho que provei desta vez foi o Alabastro Reserva 2009 da Aliança, que foi comprada por Joe Berardo e passou a fazer parte do grupo Bacalhôa. Um vinho muito bem equilibrado, com muita fruta e um pouco de baunilha que passou nove meses em barricas de carvalho americano. Tem um bom corpo e uma boa persistência. Para mim pode ser comparado ao EA da Cartuxa e ao Meia Pipa da própria Bacalhôa.
Um bom vinho com um bom preço, mas sem muitas surpresas.

"Certa vez, numa viagem que fiz ao Afeganistão, perdi meu saca-rolhas e fui obrigado a passar vários dias sobrevivendo apenas com comida e água"  W.C. Fields, humorista e ator norte-americano.

Um menino fácil de ser convencido :)

Seguidores de Baco,

Meu pai me ligou enquanto estava no trabalho e me pediu para comprar uns vinhos portugueses que estavam em promoção na Casa dos Frios, comprei a encomenda: duas garrafas de Alabrasto Reserva e uma de Vadio...mas esses vinhos vão ficar para outro post. Como já estava lá na Casa dos Frios e não resisto a uma adega comecei a fuçar e prontamente fui atendido por um vendedor/sommelier bom papo que me convenceu sem muito esforço a trazer uma garrafa do Maculan Brentino IGT 2007. Estou me arriscando agora nos vinhos Italianos, pouco conheço deles e por isso resolvi antes de abri-lo pesquisar um pouco na internet e só achei um site americano que dizia que a safra 2007 tinha alcançado 89 pontos pela Wine Spectator... isso só fez aumentar minhas expectativas que no provar do vinho foram incrivelmente surpreendidas...pessoal é um vinho apaixonante ... com notas profundas de frutas pretas como amora e percebe-se a madeira... de cor é de um escuro profundo mas que mostra as bordas com tom granada! Na boca tem corpo e é sedoso... e extremamente elegante....tem uma persistência incrível e dá vontade de entornar a garrafa toda ainda deixando um gostinho de quero mais... acho que esse deu pra deixar vocês com vontade!!!



Dados do Vinho:
Uvas: 55% Merlot / 45% Cabernet
Graduação Alcoólica: 13,5%
Produtor: Maculan Società Agricola S.S.
Onde: Casa dos Frios
Preço: R$70,00

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Amancaya Gran Reserva 2009.

Seguidores de Baco,

Esse é o vinho com melhor custo/benefício que tomei no ano de 2011. Produzido pela Bodegas Caro que é uma associação de dois dos maiores produtores do mundo do vinho: Domaines Barons de Rotchild (Lafite) e a Catena Zapata. Detentor de 90 pontos pela Wine Spectator 2007 "smart buy" e de 91 pontos de Robert Parker em 2006.
Um vinho de corte com 30% cabernet e 70% malbec, de coloração escura e profunda com ótimas lágrimas, tem um pouco de borra o que mostra todo seu potencial de guarda. No nariz frutas maduras e na boca dá um show de sabor, tomando conta dela toda ... bem aveludado e um leve e sútil amargor no final.

Vinho: Amancaya Gran Reserva 2009
Uvas: 30% Cabernet/ 70% Malbec
Álcool: 14,5%
Onde Comprar:www.adegacuritibana.com.br
Preço: R$68,26



"The native indian woman of Mendonza used Amancaya, flower of the Andes, to decorate their hair in the spring"

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Cavalo Maluco (Crazy Horse ) 2006 - Francisco Sousa Cardoso

Seguidores de Baco,

Para o encontro de Natal tive de escolher um vinho especial e seguindo a indicação de familiares da terrinha o vinho escolhido foi o Cavalo Maluco 2006. Para quem não sabe Cavalo Maluco (Crazy Horse) foi um grande chefe Sioux que resistiu à ocupação e destruição das terras e cultura do seu povo, permanecendo fiel aos seus valores e códigos de honra, pelos quais deu a vida. Cada ano de Cavalo Maluco presta uma homenagem a uma personalidade que se identifica com esse espírito e o escolhido de 2006 foi Francisco Sousa Cardoso - Um grande criador de cavalos em Portugal.
No seu contra - rótulo lemos a seguinte frase: "Um vinho que é uma força da natureza e que presta homenagem a todos os "Cavalos Malucos", apaixonados e desassombrados, que pensam pela sua cabeça e trilham o seu caminho, com paixão pela diferença."
O vinho requer decantação já que não é filtrado antes de ser engarrafado o que faz com que possua muita  borra e resíduo, um vinho diferenciado de produção reduzida de 3000 garrafas, que mostra toda uma potência e ao mesmo tempo um toque de delicadeza, causadas pela mistura das Tourigas e da delicada Petit Verdot. Um vinho que possui um grande potencial de guarda e só deve evoluir com o tempo. Ao prová-lo deixamos uma taça com o vinho reservada para sentirmos sua evolução em contato com ar, mostrou-se totalmente diferente ... um vinho que surpreende.  O ponto negativo é o preço elevado a que chega no Brasil, já que em Portugal gira em torno de 30 euros. 


Dados do Vinho:  
                                                                    
Cavalo maluco 2006 FSC
Vinho Regional Terras do Sado
Touriga Franca/Touriga Nacional e Petit Verdot              
Álcool - 13,5%


Onde: Casa dos Frios
Preço: R$ 180,00

sábado, 24 de dezembro de 2011

HoHoHo é Natal é Verão é Yellow!!!!!!!!!!!!!!!!

Seguidores de Baco,

O vinho hoje escolhido foi o Yellow Tail Shiraz 2010, um vinho extremamente jovem e fácil de beber, principalmente por aqueles que estão iniciando no mundo do vinho. Um vinho leve,pouco ácido e pouco encorpado, o clima mais moderado de New South Wales faz com que os vinhos não ganhem tanto corpo, mas possui um frutado intenso  e de certa complexidade que lembram especiarias e frutas negras. É um ótimo  exemplar do Shiraz Australiano mostrando toda sua tipicidade. Um vinho muito bom para quem não abre mão de um tinto mesmo no verão. Desce muito bem sozinho ou acompanhado de aves... seria em bom acompanhante para o peru de natal, um frango recheado e acho que também se sairia muito bem com pato.




















Dados do vinho:
Yellow Tail Shiraz 2010
13,5% álcool
Região: New South Wales
Preço - Bompreço - R$30,00.










Segundo o importador  é a terceira marca mais vendida no mundo e a mais vendida nos Estados Unidos. Sua estratégia é de ser  ao mesmo tempo simples e com preços acessíveis, mas sem perder a tipicidade e a qualidade.
Como todo vinho menos potente, este pede para ser servido a temperaturas mais baixas, o ideal seria mantê-lo entre 15 e 16 graus. 


Convido todos a um brinde e desejo um grande, feliz e farto Natal e ainda digo que agora ninguém tem a desculpa de dizer que não tomou vinho na ceia porque não sabia qual escolher ou porque vinho é uma bebida cara e tenho o dito HoHoHo!!!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Domingo em família!!!

Seguidores de Baco,




Aqueles que me conhecem ou que já passaram os olhos pelo meu blog sabem o quanto prezo pela companhia de minha família. Mas imaginem agora que sua família é formada por comilões que nem você e que acham realmente que comer e beber bem é algo digno de se fazer? E se ainda por cima forem admiradores de um bom vinho e souberem cozinhar como ninguém? Pois é, tive a sorte de nascer numa família assim... e mais sorte ainda de poder almoçar com eles em alguns domingos. Então já que fiz uma breve introdução vou começar a falar sobre nosso último almoço e para o início dos trabalhos vamos ao  Foie Gras, para quem não sabe foie gras significa "fígado gordo" e é produzido pela super alimentação do pato ou do ganso que juntamente com as trufas são consideradas as maiores iguarias da França. O foie gras em questão foi o verdadeiro, por favor não confundam com o patê de foie!! e foi trazido por meu pai em sua última viagem a França onde aprendeu com um parisiense companheiro de trabalho que todo bom foie gras merece um bom Sauternes (Vinho licoroso produzido na região de Sauternes através da ação de um fungo, esse processo é conhecido como podridão nobre), mas resolvemos dar uma abrasileirada dessa vez e escolhemos um Late Harvest ( Colheita Tardia) nacional, para ser mais específico o Salton Intenso produzido a partir da uva Chardonnay que cumpriu bem seu papel. O doce e melado do vinho é um excelente companheiro para toda gordura e presença do Foies, para saborear de joelhos!!!





Para o prato principal já que estamos em França, por favor continuemos em França. Continuamos com pato, só que o escolhido agora foi o Confit de Canard, ou seja, coxas de pato cozidas na própria godura de forma lenta e carinhosa, isso é feito  para que todo aquele sabor da gordura penetre nas fibras da coxa e a torne a coisa mais suculenta e saborosa que você possa provar. Foi servido com purê de mandioquinha  e uma calda levemente doce.... Sinceramente to aqui sonhando com esse almoço até agora, pato e purê feitos pelo grande gourmet que meu pai se tornou e a calda feita pela minha mãe, que como ela própria diz, cozinha em edições limitadas, pois nunca repete uma receita :). Para acompanhar poderíamos ter seguido a tradição e escolhido um Pinot Noir, mas não, resolvemos inovar e tiramos da adega um Cabernet Sauvignon Argentino , mas não qualquer um ... em homenagem ao cozinheiro foi levado o vinho que tirou o preconceito do mesmo em relação aos vinhos argentinos (lembrem-se que o cozinheiro é português , por isso rola um grande entrave em relações a vinhos de outras procedências, mas estamos evoluindo) o Alamos Cabernet da Zapata, um vinho muito bem feito e equilibrado que apesar de não ter o mesmo corpo de um Angélica Zapata equilibrou muito bem  com o prato, na verdade acho que justamente por isso não se sobrepôs ao pato fazendo um belo casamento.

                   

E para finalizar.... todos estão covidados!!!!!!!!


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mondavi

Seguidores de Baco,

O vinho escolhido para nossa degustação foi um Californiano feito com a uva Zinfandel, também originária da Califórnia e que eu nunca havia provado. Essa uva segundo especialistas é envolta em mistérios, exames de DNA dizem que ela é idêntica a uva Primitivo do sul da Itália e uma outra uva obscura da Croácia. Os vinhos feitos com essa uva podem atingir 16% de álcool se forem produzidos  a partir de vinhas velhas o que aumenta a sensação de adocicado na boca. O vinho escolhido para adentrarmos o mundo Californiano na produção de vinhos foi o ROBERT MONDAVI PRIVATE SELECTION -ZINFANDEL-2009.
Esse vinho tem corpo mediano, cheiro muito presente de geleia  e compota de frutas vermelhas, sua porcentagem de álcool fica em 13,5, é correto e com taninos trabalhados.
Um bom vinho não seria seu preço de R$67,00, mas mesmo assim vale a experiência de conhecer um vinho diferente, por sua leveza e seu forte aroma de frutas vermelhas diria que lembra um Chianti.
Robert Mondavi, um capítulo a parte, grande produtor de vinhos de qualidade que deixou sua marca na história do vinho moderno. Construiu um verdadeiro império no Nappa Valley  e fez parcerias na Itália com a família Frescobaldi, no Chile com a família proprietária da Viña Errazuriz e em 79 se juntou ao Barão Phillipe de Rotschild e criaram o famoso vinho Opus One. Morreu em 2004 com um patrimônio de cerca de US$ 1,3 bilhões construídos ao redor do vinho.
Para terminar meu post fico com a frase de Mondavi gravada na rolha do vinho que provamos.
Um abraço e um ótimo feriado!




domingo, 27 de novembro de 2011

Tannat e a provolera!!!

Seguidores de Baco,

Hoje vamos falar da casta Tannat, uva emblemática uruguaia. Como o próprio nome denuncia a Tannat é rica em taninos que é responsável pela maior ou menor adstringência do vinho. Devido a essa caracteríscia marcante os vinhos produzidos com essa uva vem sofrendo com um certo preconceito, geralmente são tidos como muito adstringentes,o que para mim não é nenhum defeito desde que no final essa característica entre em equilíbrio com as demais.
Quando bem trabalhado pelo produtor os vinhos da Tannat tornam-se extremamente elegantes e complexos e uma ótima opção para acompanhar carnes e queijos fortes como o provolone.
O vinho escolhido para defender o que escrevi logo acima foi o H Stagnari Tannat Viejo - 2007. Esse vinho para mim é simplesmente o melhor achado desse ano. Vinho bastante carnudo, com um toque de especiarias e frutas negras maduras é um vinho delicioso. Além disso é reconhecido na Europa como um dos 6 melhores vinhos tintos do Mundo e campeão no Hemisfério Sul.
Vinho:
H Stagnari Viejo
Safra: 2007
Uvas: 100% Tannat
Safra: 2007
Vol: 14%


Impressão Pessoal: Um vinho de extrema grandeza. de coloração escura negra com um roxeado nas bordas, no nariz tem profundo cheiro de frutas negras, chocolate , café e madeira com álcool equilibrado, na taça mostra lágrimas carnosas e persistentes e na boca corpo médio mas que para mim demonstrou-se perfeito para evolução.

Tudo isso é encontrado pelo excelente preço de R$51,56 na RM-Express, então não há desculpa e é só correr pro abraço.



Para acompanhá-lo nada melhor que um suculenta picanha ou o queijo provolone fundido na autêntica Provolera Uruguaia. Para quem ainda não teve o prazer de conhecer, a provolera é uma peça feita em cerâmica cheia de orifícios redondos onde o queijo é fundido. Muito simples de fazer e fica uma delícia.


Provolera Uruguaia.

Preparo: É só cortar o provolone em cubos e ir colocando cada um num buraquinho, coloque um poquinho de azeite em cada queijo e pronto é só levar ao forno pré-aquecido e esperar uns quinze minutinhos que eles vão inflar devido ao ar quente que atravessa a cerâmica e penetra no queijo, depois é só tirar do forno e servir com torradas e a geléia de frutas de sua preferência. Eu particularmente, acho que fica muito bem com a geléia de mirtillo da ST Dalfour. OBS.: Se você não gostar de queijo provolone pode fazer com outros tipos de queijos e também pode experimentar temperá-los. Onde encontrar: Empório da Cozinha - piso L3 - Shopping Plaza Casa Forte. 

Amantes dos vinhos , esse exemplar da uva Tannat vai lhe surpreender!!! Fica a dica e um abraço a todos.




sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Bacalhôa

Seguidores de Baco,

Seguindo a indicação de minha mais nova amiga e companheira de pós-graduação Mariana Lobo do blog Madame Bistrot:  http://www.madamebistrot.com.br/, o qual super indico,  fui checar o blog Escrivinhos de Fabiana Gonçalves Mignot: http://www.escrivinhos.com/, que prontamente virei fã e lá encontrei a inspiração para escrever o post de hoje.
Vasculhando registros do ano passado encontrei anotações e fotos de degustações dos vinhos da Quinta da Bacalhôa, mas como esse blog visa acima de tudo, que conheçamos vinhos sem machucarmos nossos bolsos, vou falar de duas verdadeiras peças de arte e de alguns vinhos mais acessíveis do mesmo produtor.
Pra quem não sabe a Quinta da Bacalhôa é de propriedade do comendador e bilionário Joe Berardo, um dos homens mais ricos de Portugal e dono de um conglomerado imenso de empresas, além de ser um dos maiores colecionadores de arte do mundo ( Vale  ver o post de Fabiana Gonçalves sobre a mesma Quinta para saber um pouco mais da história desse homem. http://www.escrivinhos.com/2011/11/joe-berardo-um-adoravel-excentrico-por.html ). Soube através do blog citado que o tal comendador possui em Leiria, terra maravilhosa onde meu pai nasceu e onde tive o prazer de estar umas duas vezes, o Budda Eden: Um jardim oriental de 35 hec. ornamentado com uma imensidão de mármore e granito. Enfim o gajo é no mínimo particular em seu gosto.
Retomando ao que interessa vamos ao Palácio. Neste caso o Palácio da Bacalhôa.

Este vinho que tive o enorme prazer de provar ano passado deve entrar no patamar das grandes obras de arte. Um vinho de assemblage: Cabernet, Petit Verdot e Merlot , corte típico bordalês , com alta graduação alcoólica 15° é um vinho potente e equilibrado. Lembrando que para esse tipo de vinho sempre recomendo o uso do decanter e a paciência de esperar ao menos uma horinha para ele dar todo seu potencial. O vinho que tomei era da safra 2005 e foi trazido pelo meu genitor em uma de suas viagens e por isso não sei que preço custou, porém dando uma voltinha na net o encontrei por R$250,00 na http://www.wine.com.br/ . Ao meu ver que não é profissional, achei um vinho espetacular, maduro e equilibrado e que vale muito a pena experimentar. Uma boa dica que eu mesmo sigo para poder provar desses vinhos mais caros é juntar um grupo de amigos interessados e lembrando que um vinho de 750ml enche seis taças o prazer se renova e dói menos no bolso. Outra coisa que faço com vinhos desse patamar é prová-lo primeiramente sozinho e depois no máximo combiná-lo com um queijo forte para ver a diferença, neste caso indico novamente o queijo da serra, outa obra de arte.
 

Vamos agora a segunda obra de arte o Quinta da Bacalhôa: Cabernet e Merlot. Esse vinho como o Palácio também merece destaque. É encorpado, vivo com equilíbrio entre madeira, álcool e frutas vermelhas. É um vinho para ser tomado sozinho, mas ao mesmo tempo se encaixa com um bom filé ou cordeiro. Mais fácil de encontrar. No Pátio Café Cozinha e Eventos: http://www.opatiocafe.com.br/ é  rótulo presente na carta de vinhos e indico como acompanhante do Filetto ao porto com risotto de parmesão.
No restaurante você pode encontrá-lo por R$125,00, já se preferir tomar em casa já o vi na RM - EXPRESS por R$95,00.
                

Mas assim como eu não fique triste, existem mais vinhos da Bacalhôa que você pode e deve degustar por um preço bem mais acessível. Então vamos a eles - Meia Pipa: Syrah, Cabernet e Castelão. Olha lá nesse vinho já aparece a casta portuguesa, com sua exuberância e presença marcante e ai de você se achar que vai provar de um vinho de menos qualidade... puro engano. Para mim esse vinho é de uma elegância tremenda... tem equilíbrio e o álcool é ameno formando um vinho com o corpo característico de todo bom vinho português. Outro dia tomei ele no restaurante Mingus, acompanhando uma costela de porco com molho barbecue e nhoque de ervas e ele se saiu fenomenal, também já tomei com cordeiro e com pato e em ambos os casos mostrou toda sua elegância... ele não é tânico... é aveludado ... completa a comida. Um vinho de excelente custo benefício. Tava outro dia na RM e o vi por R$39, em restaurantes sai em torno de R$55.
E para finalizar chegamos no Monte das Ânforas: Aragonês, Trincadeira e Alfrocheiro. É ou não é um digno português???????? Esse vinho é mais leve, mas tem bastante equilíbrio. Dos vinhos sitados é o único que não passa por barril. Vinho que tomaria fácil com um lindo lombo de bacalhau no azeite e batatas. Você encontra ele por R$29,00 na RM .... sinceramente um vinho que surpreende... deixa muitos vinhos mais caros no chão.
Em resumo a Quinta da Bacalhôa atingiu um patamar de qualidade difícil de se encontrar... todos os seus vinhos são muito bons em minha humilde opinião e lógico que os colocando nos seus diferentes níveis nunca fazem feio, ao contrário, só tendem a brilhar!!!! Espero que todos possam como eu provar desses excelentes exemplares da terrinha. Tim Tim. E um ótimo final de semana.






sábado, 19 de novembro de 2011

Saindo com a Vovó!!!

Seguidores de Baco,


Hoje tive o prazer de tirar o dia de folga..... e folga para mim está extremamente associada a uma  boa refeição ,  um bom vinho, boa conversa e companhia. Além disso essa semana tive o prazer de ler uma ótima matéria do NY Times que me fez realmente refletir bastante sobre o que seria uma boa refeição.  Dêem uma olhadinha: http://nytsyn.br.msn.com/estilodevida/tr%C3%AAs-horas-aristocr%C3%A1ticas-em-um-jantar.
Sendo assim, resolvi por em prática certo conteúdo da matéria e convidei minha avó para acompanhar-me no almoço, que prontamente aceitou o convite. Passamos por diversos restaurantes e vimos que muitos se encontram fechados para o almoço no sábado, entre eles: Jalan Jalan, Bistrot du Vin e Ça Va. Acabamos por chegar ao La Cuisine. Para iniciar a refeição, como estávamos desertos de fome depois da peregrinação a procura  de casas abertas pedimos o couvert tradicional da casa com pãezinhos quentinhos , torradas e grissinis acompanhados de manteiga , patê de foie e caponata (simples e satisfatório). Para o prato principal ambos escolhemos o Carret de Cordeiro Le Monde (Carret de cordeiro ao molho suave de curry e purê de ervas.) e para acompanhar o vinho escolhido foi o Cardèto Rupestro IGT - Sangiovese. Apesar de o Curry assim como a mostarda serem de difícil combinação com vinho a harmonização foi tão feliz e o vinho me surpreendeu a tal ponto que tive de trazer uma garrafa para casa.:)

E então chegamos a sobremesa, para a senhora creme de papai ao molho de cassis e para mim bolo de rolo acompanhado de vinho do Porto. Dois espressos e a conta. Missão comprida! Um dia lindo, com um companhia melhor ainda ,bom papo com alguém que amo, um bom vinho e uma boa refeição. :)

Vamos agora ao vinho escolhido - Cardèto Rupestro IGT 2010: É um vinho da região Úmbria, feito exclusivamente com a uva Sangiovese , bastante famosa nos vinhos Chianti. O vinho provado tem excelente equilíbrio: com corpo mediano, cheiro de ameixa , taninos presentes mas afinados e o álcool  totalmente integrado, que para mim é uma das qualidades mais difíceis de se achar em vinhos novos. Outra boa notícia é que o vinho no restaurante me custou R$56,00, então no fornecedor o preço será bem mais modesto. Excelente custo benefício. Segue o link do produtor do vinho: http://www.cardeto.com/index.aspx 

Espero que tenham aproveitado o almoço :) !!!!!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Oxente! Tem Cabernet no Nordeste!!!!

Seguidores de Baco,

No post de hoje vou explorar um pouco do vinho nacional, em especial o vinho produzido no Vale do São Francisco.


Para quem desconhece, a região fica localizada nas margens do Rio São Francisco entre Pernambuco e Bahia, localizado no paralelo 8 com clima quente e seco , engarrafa em torno de 1,2 milhões de litros por ano, entre eles: tintos, brancos e espumantes. Ou seja é a região vinícola mais próxima dos trópicos e como possui temperatura elevada durante o ano todo é a única região vinícola do mundo que pode ter duas safras anuais.
Além disso a região já conta com alto investimento em mão-de-obra e tecnologia e vem produzindo vinhos de grande qualidade técnica.
Escolhi para a degustação de hoje dois vinhos da Vinícola Rio Sol, que ao meu ver é hoje a principal produtora de vinhos da região, superando a Miolo, e fazendo com que os vinhos do São Francisco ganhem o Mundo. Dêem uma olhada nesse link http://www.gestaodoluxo.com.br/segmentacao/materia_19.htm

Foram escolhidos dois rótulos para serem testados:


  1. Rio Sol 2008 Reserva - Cabernet, Shiraz e Alicant Bouschet.   
  2. Rio Sol 2006 - Cabernet e Shiraz.                                                                                                                                      

Avaliação do João:

O Rio Sol 2008 Reserva mostrou-se um vinho bastante untuoso de corpo mediano, boas lágrimas, tem aroma de frutas vermelhas e compotas. É bastante escuro, acho que pela combinação da alicant com a cabernet, mais para roxo/negro que para violeta. Tem bom volume na boca e taninos presentes, o que não me agradou foi o fato de que tanto no nariz como na boca o álcool era bastante notável. Faltou harmonia!

Já o Rio Sol 2006 é um vinho mais leve , violeta e com menos corpo , na minha opinião mais bem formado e finalizado, tem mais harmonia do que o Reserva. Pode-se dizer que é mais a cara do Vale do Chicão. Modernoso, frutoso e alcoólico. Gostei mais deste que do Rio Sol Reserva!

Comparação de cor:


Rio Sol Reserva 2008/ Rio Sol 2006.

Para finalizar acho que o Vale do São Francisco tem produzido vinhos de qualidade , mas que pela sua recente história tem muito chão pela frente, descobrindo cada vez mais o seu terroir e as uvas que ali se adaptam, está no caminho certo para oferecer vinhos cada vez melhores.

Sim agora me diga..... com que diabo hei de degustar um vinho do Vale do São Francisco??????????
Te digo agora ... que tal ...  um pernil de Bode ao vinho e na sombra?????? e para completar....


"Existem cinco boas razões para beber vinho: a chegada de um convidado, a sede presente e futura, o bom sabor e a última razão não importa"

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mademoiselle Pinot Noir!

Seguidores de Baco,

Vou tentar dividir um pouquinho com vocês do que conheço da complexa e delicada uva Pinot Noir.
Por que complexa? Ela é simplesmente a uva mais difícil de se manejar em todo Mundo, exigindo muito esforço e dedicação.
Ao mesmo tempo ela possui características muito particulares, seus vinhos são sensuais, um pouco pálidos e leves em comparação as outras uvas tintas, mas possuem perfumes instigantes e doces... seus vinhos que em sua maioria são varietais, ou seja, feitos só com a uva em questão, são o oposto em corpo dos vinhos feitos com uvas como a cabernet sauvignon, a malbec, ou as castas portuguesas.
Um pouquinho mais da Pinot.... originária da França, mais especificamente da região de Borgonha, é uma uva que precisa de baixas temperaturas pra atingir todo seu potencial. Não sei se já viram o filme Sideways ?!?!, mas super indico para admiradores do vinho que querem descobrir um pouquinho mais da Pinot , vendo um filme descompromissado sobre dois amigos que viajam para conhecer os vinhedos da Califórnia... outro local em que a Pinot se adaptou perfeitamente.
Esse trecho do filme... descreve perfeitamente o quão apaixonante é a uva Pinot Noir!

Para mim é o vinho que mais merece comparação com a alma feminina e o que mais agrada o paladar delas (corrijam-me se estiver errado! por favor!) .... é leve, complexo, apaixonante e precisa de extremo cuidado e paixão. Tal qual uma flor.

Vamos agora dar duas indicações para quem quer conhecer essa uva sem machucar a carteira:
Um belo exemplar nacional, que vai te iniciar no pequeno e complexo mundo da Pinot.


Chileno, que também vai te ajudar a compreender a Pinot Noir, esse tem mais presença de madeira ... mas acho que só acrescenta uma boa personalidade.

E por último a música que acho um retrato da "Pinot" , com a Madame NINA.

"Um bom vinho é como um bom filme: dura um instante e deixa na boca um gosto de glória; se renova a cada gole e, como acontece com os filmes, nasce e renasce e renasce em cada sabor"
Federicco Fellini.

sábado, 5 de novembro de 2011

Vinhos da Concha y Toro


Seguidores de Baco,

 

 Para aqueles que não sabem existem alguns tipos diferentes de degustação de vinhos e vou falar um pouquinho delas.
1.     Regional: É um tipo de degustação onde podemos selecionar diferentes tipos de vinhos de determinada região e servi-los com pratos da mesma.
2.     Vertical: Degustação de um vinho de um mesmo produtor só que de safras diferentes.
3.     Horizontal: Tipo de degustação mais flexível, onde podemos escolher vinhos de diferentes produtores, safras, regiões. Mas todos os vinhos têm de ser do mesmo ano.
4.     Varietal: Basta reunir rótulos de diferentes produtores,mas da mesma uva e de preferência do mesmo ano. Podem ser de países diferentes e regiões diferentes. Com esse tipo de prova podemos identificar como as técnicas, solos  e climas mudam as características da uva. 
5.     Às Cegas: Bem interessante! Permite que você identifique qual o seu tipo de vinho preferido sem a influencia de algo pré-estabelecido, tipo: produtores, preços. Para essa degustação as garrafas devem estar totalmente cobertas, só com o gargalo de fora e numeradas. Assim você pode ir dando notas as garrafas e depois ver o vinho que mais gostou.

e por último....


     6. Degustação do João ( Até rimou!!!!): Resolvi misturar um pouquinho de alguns tipos de provas. Para isso escolhi seis vinhos do mesmo produtor , a CONCHA Y TORO do Chile. Todos os seis têm a presença da uva Cabernet Sauvignon (Casta de uva francesa originária da região de BORDEAUX. É a uva mais difundida no mundo, conhecida como a Rainha das uvas e que se adaptou muito bem no CHILE, dando ótimos vinhos!), mas de safras, valores e patamares diferentes. 
então vamos a diversão....

Participantes
1.     José Mário, Português de Leiria, Engenheiro, Casado, 61 anos bem conservados. ( Meu Pai)
2.     Ana de Fátima, Brasileira de São Paulo, Economista, Casada, vai completar 15 anos ano que vem. (Minha Mãe)
3.     Karine Nobre, Brasileira de Recife, Médica, Casada, 27 anos e adora colorir gessos!!!!(Minha Linda Esposa)
4.     João Marcos, Brasileiro de São Paulo, Gastrônomo, Casado, 26 anos e maratonista de longas distâncias. (Esse sou eu!!!)
 
 
 
Vinhos (Todos da Concha y Toro):
 
 
1.     Marques de Casa Concha - Cabernet Sauvignon - R$69,65 - RM express.

2.     TRIO Reserva - Cabernet Sauvignon, Shiraz e Cabernet Franc - R$42,98 - Bompreço
3.     TRIO - Cabernet Sauvignon, Shiraz e Merlot - R$35,94 - RM express.
4.     Casillero del Diablo - Cabernet Sauvignon - R$28,24 - RM express.
 5.     Sunrise - Cabernet Sauvignon - R$22,70 - Bompreço.
 
6.     Reservado - Cabernet Sauvignon - R$17,80 - Bompreço.

Avaliação:

Procurando na internet encontrei o site www.winereport.com.br , que faz diversas provas de vinho e tem o padrão de notas que resolvi adotar:

5 - 5,5...........Nem pra cozinhar!
6 - 6,5...........Assim, assim!
7 - 7,5...........Beba sem susto!
8 - 8,5...........Muito, muito bom!
9 - 9,5...........Pra beber de joelhos!
10................Deus engarrafado!

Resultado:

 Marques de Casa Concha - Cabernet Sauvignon = 9,0 - Pra beber de joelho!

 Sunrise - Cabernet Sauvignon = 8,0 - Muito, muito bom!

 Casillero del Diablo - Cabernet Sauvignon  = 8,0 - Muito, muito bom!

TRIO Reserva - Cabernet Sauvignon, Shiraz e Cabernet Franc = 8,0 - Muito, muito bom!

TRIO - Cabernet Sauvignon, Shiraz e Merlot = 7,5 - Beba sem susto!

 Reservado - Cabernet Sauvignon = 7,5 - Beba sem susto  !
     Resumo:
       Todas as notas foram tomadas por não profissionais, ou seja, somente apreciadores. Por ordem de valores houve algumas surpresas. O Sunrise na nossa opinião ficou em segundo superando todos os TRIOS e o Casillero, tinha um equilibrio entre o teor alcoólico e fruta melhor, descia mais redondo. Entre os TRIOS experimentados encontrei alta presença do álcool que se sobressaia, não incomodava, mas ele estava lá, pessoalmente não é uma grande virtude. E o Marques .... sabe daqueles vinhos que são negros de cor, tem profundidade..., tem equilíbrio...  realmente corresponde ao valor... um vinho excelente. E para finalizar o Reservado cabernet... saibam que sempre fui preconceituoso com esse vinho, porque "reservado" não quer dizer nada ...  e ele apesar de não ter corpo, tem a adstringência da cabernet e um ótimo equilíbrio, é um ótimo vinho para o dia a dia.


Concha y Toro:

A Concha y Toro, é uma gigante no mundo do vinho, atuante em mais de 130 países. De acordo com a DRINKS INTERNATIONAL é a marca de vinhos mais admirada do mundo. Além da própria marca Concha y Toro ela é detentora de outras marcas conhecidas como a TRIVENTO, CONO SUR, ALMAVIVA, VINHA MAIPO, VINHA PALO ALTO, MAYCAS DEL LIMARI E VINHA CANEPA.